terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"Ein Volk, ein Reich, ein Führer!"

Estava a ler o Jornal de Negócios quando deparei-me com a seguinte noticia, a PIMCO (a maior gestora mundial de obrigações) acha que Espanha, Itália e Bélgica vão precisar de ajuda externa e que Grécia, Irlanda e Portugal deveriam sair do Euro.

Isto lido fora de contexto até pode ser algo racional e dentro de outros textos que se tem publicado nos media nacionais e internacionais. No entanto, ao ler outras noticias deparo-me com outra noticia que para mim está completamente relacionada com as duas primeiras.


França e Alemanha querem a união fiscal. Vai ser o debate de 2011

por Ana Sá Lopes, Publicado em 18 de Dezembro de 2010

Merkel referiu expressamente o Estado social como a matéria que deveria ser concertada entre os parceiros europeusAlemanha e França não deixaram ninguém discutir os famosos eurobonds (emissão de títulos de dívida pública europeia), mas no fim do Conselho Europeu anunciaram que vão propor no próximo ano a harmonização dos impostos, das políticas laborais e inclusivamente das políticas sociais dos países da zona euro. Merkel e Sarkozy sustentam que a crise evidenciou a necessidade de completar a união monetária com uma união económica. "A senhora Merkel e eu próprio faremos propostas para harmonizar a política económica" da zona euro, disse ontem Sarkozy em Bruxelas, anunciando o que será um passo gigantesco no sentido do federalismo, uma palavra tão odiada nas políticas domésticas que em Bruxelas os actores políticos lhe chamam a "F word". Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia, também sempre defendeu que não valia a pena pronunciá-la."O debate demonstrou ontem que precisamos de uma maior aproximação nas nossas políticas económicas e teremos de falar sobre isso nos próximos meses, especialmente na eurozona", disse Angela Merkel. "É importante não só ter orçamentos sólidos e finanças estáveis, mas também é importante ter uma política económica comum", afirmou a chanceler alemã, reconhecendo, no entanto, que será "um longo processo" e que terá de ser feito "passo a passo".

As propostas franco-alemãs, que serão apresentadas "nas primeiras semanas de 2011", incluem projectos de convergência nas políticas fiscais e sociais. Sarkozy diz que o objectivo é esbater as diferenças na competitividade entre os países do euro, considerando que as "políticas sociais e fiscais fazem parte dessas diferenças de competitividade".

Na conferência de imprensa do fim da cimeira, Merkel confirmou que a discussão sobre a coordenação das políticas económicas na zona euro é mesmo para avançar em 2011, aludindo às "diferentes velocidades" dentro da Europa e referindo expressamente a estabilidade orçamental e o Estado social como exemplo de políticas a harmonizar.Mário David, eurodeputado do PSD, congratula-se com o avanço. Em declarações ao i, Mário David - que, ao contrário de Angela Merkel e Sarkozy, é um defensor dos eurobonds, mas compreende os que são contra - acha que "é fundamental que as regras para a competitividade sejam iguais". David defende não só a harmonização fiscal, como económica, incluindo as prestações sociais, apontando uma questão que tanto irrita os alemães - o facto de a idade da reforma na Alemanha ser 67 anos, enquanto na Grécia os trabalhadores podem reformar-se aos 55.Recentemente, Mário David fez uma pergunta às instituições comunitárias, pedindo-lhes que "confirmem que não existe racionalidade no contágio da situação irlandesa à portuguesa" e inquirindo sobre que "medidas adicionais pode a União Europeia tomar para acalmar os mercados e parar com o ataque que está a ser efectuado essencialmente às economias periféricas, mas que se reflectem em toda a União Europeia". Na altura, Mário David defendeu que "a União emitisse títulos de dívida pública que permitam aos países em dificuldades financiar-se a taxas bem mais baixas do que aquelas que estão a ser cobradas pelos mercados, permitindo aos cidadãos individualmente poderem aceder a esse mercado primário".A promessa de Angela Merkel de que "tudo fará para salvar o euro" e de que "a União não deixará nenhum país entrar em falência" foi bem recebida entre os portugueses, depois da recusa franco- -alemã em aceitar os títulos de dívida pública "salvadores".A aprovação das regras para o novo fundo de mecanismo de auxílio aos países em crise foi um passo saudado por vários chefes de Estado e de governo e também por José Sócrates, satisfeito com o "sinal inequívoco" em defesa do euro manifestado pelas instituições europeias, da Comissão ao Banco Central Europeu.Para Sócrates, houve "um sinal inequívoco da determinação de todas as instituições" para salvar o euro e "a firme determinação" de "fazer o que for necessário para defender a moeda única". E Sócrates saiu de Bruxelas com um elogio de Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, ao pacote apresentado na quinta-feira. Estas medidas são coerentes e consequentes [...] Estou muito tranquilizado pela exposição do primeiro-ministro Sócrates", disse o dirigente luxemburguês defensor dos eurobonds, que aproveitou a cimeira para fazer as pazes com Angela Merkel, que tinha atacado na semana passada. Pelo menos saíram da reunião do PPE de braço dado.



No passado ouve pessoas que tentaram unir a Europa através das armas, e sempre fracassaram porque os povos europeus são povos que amam a liberdade. Hoje em dia faz-se projectos semelhantes mas desta vez através da especulação económica e das pressões politicas.

Numa europa onde a há uma união fiscal, onde há um banco central, onde há um Parlamento, onde há vários tribunais centrais, onde há uma bandeira e um hino; o que falta para ser na realidade uma Federação?

NADA!

Quem votou numa Federação Europeia? Ninguém, mas que ela vai haver e muitas pessoas até vão apoiar. Porquê? Porque estão a ver o seu poder de compra retalhado, os seus direitos anulados e são bombardeados todos os dias com mais e mais informação "trabalhada" de forma a que as pessoas acreditem que é a única solução.

Portugal como país soberano, está a acabar, essa é que é a realidade. O poder politico pode estar concentrado em Bruxelas mas quem manda na verdade é a Alemanha com uma França muito atrás a apoiar de forma a estar na crista da onda.

É o fim da europa das nações e o começo da Super Europa, aniquiladora das nacionalidades.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Perspectivas do futuro

Comecei esta semana com uma discussão muito interessante acerca do futuro e das "teorias de conspiração" que proliferam na net.

Como sabem eu tenho uma visão um pouco mais "global" do que puderá ser o futuro e foi acerca desta minha perspectiva do que será o futuro que eu e esse meu conhecido debatemos. Eis a nossa conversa:

Eu pessoalmente não engulo as historias acerca de uma mega conspiração (pense bem e veja se o que eu digo não tem logica.. pegue digamos..no governo portugues, agora iamgine a logistica que é preciso para gerir esse governo para um nivel sastisfatior de funcionamento, e mesmo assim temos o drama que temos, isto numa cultura e sociedade homogénea como a portuguesa. Agora amplie isto a um nivel global, apanhando diferentes culturas, naçoes e maneiras de pensar e mais tendo a necessoidade de manter isto secreto da socieade, e diga me, acha me possiviel gerir isto sem a sociedade global entrar em colapso?

eu pessoalmente, olho com mais receio para o poder e influencia dos lobys empresas de armamento. O proprio presidente D. Eiwsoher ja nos tinha alertado para os perigos deste sistema e acho que muito sinceramente esse é um dos grandes problemas que afligem a socieade, nada dessas tretas de Iluminati ou NWO.


Ao qual eu enviei-lhe os seguinte video:



E respondi-lhe:

E o que são lobbys? São formas de determinadas empresas ou grupos de interesse, pressionar um governo de um determinado país. A verdade é que quer nós acreditemos ou não há um grupo chamado Bilderberg e que tem se reunido desde o pós-guerra. Por quê e para quê? Bem há quem acredite numas coisas há outros que acreditam noutras, mas a verdade é que algumas das pessoas mais poderosas e influentes do mundo estão lá. Olha só alguns dos Portugueses que já participaram nestas reuniões:

Francisco Pinto Balsemão (membro permanente do Clube de Bilderberg desde 1988;
Durão Barroso (um ano depois de ter assistido a uma reunião na qualidade de PM tornou-se Presidente da Comissão Europeia);
Ferro Rodrigues;
Santana Lopes;
José Sócrates;
Nuno Morais Sarmento;
Mira Amaral;
Joaquim Ferreira do Amaral;
António Barreto;
António Borges;
Maria Carrilho;
António Guterres;
Roberto Carneiro;
Vitor Constâncio;
João Cravinho;
José Cutileiro;
Marçal Grilo;
Miguel Horta e Costa;
Margarida Marante;
Vasco de Mello;
Carlos Monjardino;
Murteira Nabo;
Artur Santos Silva;
Marcelo Rebelo de Sousa;
Miguel Veiga;
António Vitorino;
etc.

Ou seja, politicos, empresários, jornalistas, pessoas do PS e do PSD, literalmente os individuos que mandam em Portugal desde o 25 de Abril.

Eis o que me parece que vá ser o futuro, cria-se um pouco por todo o mundo umas "Uniões Europeias" (ex: a NAFTA/North American Free Trade Agreement). Para que não haja problemas entre estas organizações faz-se uma organização que reja o comércio internacional, disputas territoriais, etc. Da mesma forma que os países que pertencem à UE tiveram que ceder poderes a Bruxelas, o mesmo irá acontecer em relação à UE, NAFTA, etc; em beneficio dessa estrutura politica global.




Se irá acontecer? Já está a acontecer. Quer nós queiramos, quer não.

É esta a minha opinião, posso estar errado, posso estar certo. No entanto acho que devemos pesquisar e procurar a "nossa" verdade. Cada um tem a sua.

Eu não vou dizer a ninguém que está certo ou errado em relação a isto, mas desde que comecei a interessar-me por este tipo de coisas já encontrei coisas inacreditáveis, já vi coisas ridículas (este tipo de coisas atrai muitos "exotéricos"/doidos/anarquistas/sensacionalistas/etc), mas também apercebi-me de coisas que nunca pensei que pudessem acontecer.

O importante é veres os vídeos, pesquisares por ti se os dados batem certo (nem sempre batem), o que está certo e o que está errado. Tira as tuas ilações.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Na calada da noite

Quando as comadres se zangam as verdades vêm ao de cima. Leiam todo o texto e vejam como é fácil manipular umas eleições em Portugal.

http://dn.sapo.pt/DNMultimedia/DOCS+PDFS/carta_caladanoite.pdf

Isto é grave, muito grave e demonstra a fragilidade do sistema politico Português. Portugal é uma democracia só de nome, porque na prática os vencedores já estão escolhidos à priori.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fall of the Republic



Isto atinge também os Portugueses e Portugal. Vejam e tirem as vossas ilações.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

The true state of the Union



União
Bruxelas pode vetar orçamentos

por HUGO FILIPE COELHO08 Setembro 2010
Bruxelas pode vetar orçamentos

Bloco e PCP denunciam ataque à democracia e à Constituição. Barroso chama-lhe "coordenação" europeia.

Não está a ser fácil ver PS e PSD dançar o tango sobre a mesa de negociação do Orçamento neste ano. Em 2011, será tudo um pouco mais complicado. Os ministros das Finanças da UE concordaram em dar a Bruxelas o poder de veto aos orçamentos nacionais. Daqui para a frente, a Europa também entra na dança do Orçamento.

A aprovação do novo sistema de coordenação orçamental representa um passo à frente no reforço do controlo que a UE tem sobre as contas dos Estados membros. Com a criação da moeda única, Bruxelas passou a exigir, de quatro em quatro anos, um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), e impôs um tecto máximo aos défices de três por cento. Agora, a UE ganha o poder de fiscalizar as propostas de Orçamento antes mesmo de serem entregues aos parlamentos nacionais.

Durão Barroso saudou a decisão, que, espera, contribuirá para uma "verdadeira política económica europeia". O presidente da Comissão explicou que não se tratar de uniformizar, apenas coordenar, e frisou que Bruxelas "não quer reduzir as competências dos orçamentos nacionais".

"Os Estados membros, antes de apresentarem os seus orçamentos, comprometem-se a um exercício colectivo de análise", disse Barroso. "Para que haja, na medida do possível, uma verdadeira política económica europeia, para que haja uma coordenação das políticas europeias."

A decisão da UE motivou reacções diferentes em Portugal. PS e PSD saudaram o reforço dessa coordenação europeia enquanto os partidos mais à esquerda denunciaram o ataque à democracia e à Constituição.

Em nome do Governo, Pedro Silva Pereira defendeu a importância do reforço dos instrumentos de coordenação europeus. O ministro da Presidência aproveitou a oportunidade para pressionar os partidos da oposição a negociarem o Orçamento para 2011.

Miguel Macedo, líder parlamentar do PSD, negou que a fiscalização preventiva da UE constitua uma perda de soberania. "Todos vigiam todos ao mesmo tempo. Isso é bom porque permite que o crescimento na Europa seja mais harmonioso."

O CDS foi mais ambíguo. Os centristas aceitam o visto prévio de Bruxelas, mas avisam que não deixará que Portugal perca a soberania fiscal. Contra a corrente falaram os partidos de esquerda. Os bloquistas comparam o veto da UE a "um atentado à democracia". O PCP considera-o "uma afronta à soberania nacional" que "subverte a Constituição".

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

"Keynesianismo iluminado"? Não. Incompetência saloia

Encontrei este artigo de opinião que apesar de curto e grosso, diz tudo.

A tirada de Emanuel dos Santos, semelhante a outras "pérolas" que têm sido ditas por Teixeira dos Santos, mostra o que pode a ambição política fazer a técnicos competentes.
O debate sobre o controlo da despesa pública atingiu um nível inenarrável. O último salvo foi dado ontem pelo secretário de Estado do Orçamento. Emanuel dos Santos, o mesmo que há poucos meses qualificou a política do Governo de "keynesianismo iluminado" (whatever that means…), avançou que a despesa pública cresceu 4,3% em Junho, 3,8% em Julho e 2,7% em Agosto. Coisa que, em sua opinião significa que "a despesa não está descontrolada".

A tirada de Emanuel dos Santos, semelhante a outras "pérolas" que têm sido ditas por Teixeira dos Santos, mostra o que pode a ambição política fazer a técnicos competentes. E confirma que ninguém em São Bento e na Praça do Comércio está a prestar atenção ao que os investidores vão dizendo sobre a credibilidade das nossas finanças públicas. Ontem foi a Fitch a prever que vamos falhar a meta do défice orçamental; no dia anterior tinham sido os mercados a exigir juros recorde para comprar a nossa dívida pública; no início da semana foram as primeiras indicações que dos quatro países da desgraça (Grécia, Espanha, Portugal, a que se juntou agora a Irlanda) só nós não conseguimos travar a despesa pública.

O que eu não percebo é como é que na Presidência na República, onde mora um senhor que percebe de finanças públicas, ainda não veio um "chega para lá" sério ao Governo. Porque a situação é tão grave que dentro de meses ainda nos arriscamos a ver a Comissão Europeia e o FMI elogiarem a Grécia…. condenando Portugal. Se isso acontecer como é que o Presidente, que está farto de elogiar o ministro das Finanças, se vai justificar ao país?

10 Setembro2010 | 11:00
Camilo Lourenço

domingo, 29 de agosto de 2010

Toda a verdade sobre o Atlântida

Li este texto num fórum que participo e fiquei ainda mais parvo com este negócio.

O governo do Açores recebeu fundos da Uniao Europeia para construir 2 navios de transporte de passageiros entre ilhas

O governo dos Açores en vez de encomendar um navio de transporte de passageiros construiu um cruzeiro de luxo! Os fundos da Uniao Europeia foram cortados pois nao previam a construçao desse tipo de navio!

ESTA E A VERDADE QUE OS GOVERNOS DO CONTINENTE, DOS AÇORES e EMPORDEF ESCONDEM !

Nao tendo financiamento da UE para os barcos trataram de arranjar uma desculpa : o navio navega 1.4 nos menos que a velocidade prevista.

Entretanto o Governo dos açores encomendou dois novos barcos de acordo com os requesitos da UE para receberem o financiamento e andam a 16 NOS
motivo pelo qual nao quiseram o atlantida mais pequenos e de qualidade muito inferior e tendo a distinta lata de afirmar o seguinte:

"os novos navios não se resumem a substituir" os actuais, defendendo que vão também estabelecer "um corte com o actual modelo de transporte de passageiros", tornando a operação "mais simples, mais eficaz e mais rápida".

Os dois novos navios, que deverão estar concluídos no final de 2012, terão ambos 37 metros de comprimento, 10 metros de boca e 3,5 metros de calado, mas um transportará 300 passageiros e seis viaturas e outro terá capacidade para 200 passageiros e 12 viaturas.
Os dois barcos, ainda em fase de projecto, serão do tipo monocasco e estarão dotados com enfermaria, o que permitirá melhorar o transporte e evacuação de doentes do Pico para o Faial.

"Em alternativa, o transporte dos doentes poderá ser feito directamente pela ambulância, que poderá embarcar numa ilha e sair na outra", salientou Vasco Cordeiro.

Por outro lado, adiantou que os novos navios vão garantir mais "fiabilidade, conforto e comodidade" aos passageiros, além de viagens mais curtas, 16/17 nós de velocidade máxima prevista são superiores à velocidade dos actuais navios envolvidos no transporte entre as ilhas do Triângulo, que atingem 10/12 nós.
A construção dos dois novos navios envolve um investimento de cerca de 15 milhões de euros, parte dos quais serão assegurados por fundos comunitários


TROCARAM DOIS NAVIOS DE LUXO POR DUAS TREINEIRAS DE 30 METROS PORQUE ERA PRA ISSO QUE TINHAM DINHEIRO !!!
AFINAL OS 16.6 nós nao eram problema!


terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Europa vai ser comprada pela China e pelos príncipes árabes

Leiam com atenção uma entrevista que é das mais sinceras e honestas que eu li nos últimos tempos sobre o nosso futuro.

A Alemanha quer o euro porque quer redesenhar o mapa monetário mundial. A China quer o euro porque não quer ficar sozinha com os EUA. Portugal, para sobreviver, vai ter de tirar partido da globalização. No cenário, optimista, de a globalização sobreviver à crise.Por Teresa de Sousa

José Manuel Félix Ribeiro, economista, em véspera de aposentação, foi subdirector-geral do Departamento de Prospectiva e Planeamento (DPP) e foi aí que produziu os mais conhecidos exercícios de cenarização sobre a economia portuguesa, sobre os futuros possíveis da Europa ou do mundo. Raramente dá entrevistas. O que pensa é o produto de uma mente brilhante somada a uma vasta informação sobre o que se passa no mundo: em Pequim ou na casa real saudita, nos sectores mais inovadores dos EUA ou na prodigiosa empresa de petróleos norueguesa. Evita opiniões taxativas sobre o país. Fornece hipóteses num contexto internacional de profunda incerteza. Polémico e pessimista.

Vivemos uma tripla crise: mundial, europeia e nacional. Podemos começar por aquela que mais nos condiciona, a crise europeia. Como é que a Europa pode sair daqui?

Estive recentemente na Universidade Católica do Porto para falar dessa questão e resolvi fazer uma coisa sobre a Europa, o euro e a China. A minha ideia, que pode estar completamente errada, é que temos de começar por compreender por que é que os alemães foram forçados a aderir ao euro e que o euro, na prática, não é uma resposta europeia à globalização. É, antes do mais, uma resposta à unificação alemã.

E uma resposta política, antes de ser económica.

Política. Não vejo que a Alemanha queira sair do euro nem que a sobrevivência do euro esteja em causa. Penso que a Alemanha tem uma ambição, que esta crise veio fortalecer, que é a de redesenhar o mapa monetário mundial. O que uma parte da elite alemã gostaria era que tivéssemos um sistema monetário com três pólos: o dólar, o euro e o yuan chinês. Há uma parte dessa elite que vive muito mal com o modelo anglo-saxónico de capitalismo e com o seu domínio da economia mundial. Nessa medida, seria um suicídio colocar em causa o próprio euro, porque é ele que lhe dá, apesar de tudo, uma outra dimensão para negociar este sistema tripolar que o marco dificilmente teria mesmo que fosse agora reinventado.

A Alemanha quer preservar o euro mas em que condições?

O que está em causa é a necessidade de consolidar o controlo sobre o euro para que possa ter um papel muito mais importante no futuro. E esse controlo tem de ser acompanhado por outra coisa: a Alemanha quer pagar o menos possível para salvar economias que vê como relativamente inviáveis.

As economias da Europa do Sul?

Sim. E o problema é que hoje a Europa do Sul, ao contrário do que aconteceu nas décadas anteriores, já não é um mercado fundamental para a Alemanha e os alemães vêem-na como um peso que não querem ser os únicos a ter de suportar.

Está a dizer que a Alemanha ficaria satisfeita se os países do Sul saíssem do euro? Isso não seria a sua condenação?

Não vou dizer isso, porque não sei. Essa é a discussão sobre o que quer realmente a Alemanha. Apenas acho que não quer sair do euro, a não ser que seja completamente forçada. Eles quiseram pregar um grande susto à Europa. Mas mesmo um grande susto. Querem impor alguma ordem. Não sei se querem mais alguma coisa.

A UE, tal como existe, ainda é aquela que serve os interesses mundiais da Alemanha?

O que me parece é que os alemães têm uma estratégia clara na qual a China e a Rússia são chave. A China, para venderem aquilo que produzem, e a Rússia para comprarem energia e também desenvolverem a industrialização. Entre a Rússia e a China, a Alemanha tem uma nova estratégia. Mas também admito que não possa separar-se completamente dos Estados Unidos. O ideal, para ela, era que os EUA se dessem bem com a Rússia. Isso favorece o jogo alemão porque pode pôr em prática [a sua estratégia] sem ter de fazer escolhas.

Onde é que entra a China?

A Alemanha sabe que pode contar com a China porque Pequim não quer ficar sozinha com o dólar para o resto da vida. A China é a única entidade no mundo convictamente empenhada - pelo menos enquanto esta direcção lá estiver - em que o euro não se afunde. Quer ter outro parceiro que não seja apenas o dólar e, portanto, no que puder ajudar, fá-lo-á. Comprar dívida emitida por entidades europeias...

Já está a fazê-lo.

Só que há aí um outro problema: a China não sabe muito bem o que é isto da União Europeia, deve fazer-lhe alguma confusão esta coisa de 27 países que decidem tudo numa grande conversa. Precisa de alguém em quem confiar e acho que confia na Alemanha. Os alemães sabem que têm as costas quentes, que a entidade mundial que mais pode ajudar o euro está com eles. Estão relativamente à vontade. Quem deve estar relativamente aflito é a França. São os que vierem a seguir [a Merkel e a Sarkozy] que vão ter, ou não, alguma capacidade para se entender.

Sobre quê?

Não sei. Mas a essa pergunta só se pode responder com outra: os outros países, que não a Alemanha, para onde é que podem ir? Para lado nenhum. A Alemanha está bastante à vontade.

Mas há também fragilidades dentro da própria Alemanha que não tornam as coisas assim tão simples. A Alemanha tem dois problemas. O primeiro é que é uma economia muito exportadora mas não é inovadora. Não há nada de novo que a Alemanha tenha criado nos últimos 50 anos. É extraordinária a melhorar aquilo que já faz há quase 150 anos: automóveis, mecânica, química. Está muito bem adaptada para fornecer países que se industrializam, que se urbanizam e que se motorizam. Mas tem uma grande dificuldade em inovar sobretudo quando as economias desenvolvidas passaram a ser economias terciárias. No sector dos serviços, já praticamente não há um nome alemão.

Isso quer dizer que o seu modelo pode esgotar-se rapidamente?

Isso quer dizer que está esgotado e que ainda tem vida apenas porque há economias emergentes. O segundo problema é que o modelo alemão, em termos financeiros, é totalmente oposto ao dos EUA e ao do mundo anglo-saxónico - é um modelo centrado nos bancos.

Os alemães continuam a poupar muito e a colocar muitos depósitos nos seus bancos. Esses bancos tinham tradicionalmente uma relação muito estreita com a indústria alemã, para onde canalizavam o seu dinheiro. O que acontece é que hoje a grande indústria alemã financia-se nos mercados de capitais, que são uma invenção anglo-saxónica. Com muitos depósitos a afluir e com menos negócios tradicionais para aplicar o dinheiro, eles tiveram de ir à procura de aplicações altamente rentáveis e foram comprar coisas como o subprime, do qual foram os segundos grandes compradores. Importaram um vírus que o seu sistema imunitário não tem capacidade para gerir. E, então, para tentar obter novas receitas que lhes permitissem apagar os prejuízos que aquilo ia criar, lançaram-se a comprar dívida soberana dos países do Sul [da Europa].

E estão amarrados de pés e mãos.

É essa a minha opinião. E isso é uma segunda grande fraqueza, que limita a margem de manobra alemã. Os espanhóis já percebem isto perfeitamente e sabem que um default desorganizado da Europa do Sul lhes seria fatal... Isso faz com que haja um factor de coesão mas, ao mesmo tempo, de muita tensão: os espanhóis não gostam de ser maltratados e os alemães de estar amarrados.

O modelo alemão tem as limitações que descreveu. O modelo anglo-saxónico está a atravessar uma crise. Como é que a China joga com isto?

Não sei, mas admito que quem deve estar assustado são os chineses.

É preciso compreender a crise financeira de 2008. Os EUA são uma economia que tem défices correntes com toda a gente - com a Europa, com os produtores de petr? leo, China, Japão, Taiwan. E isso é uma coisa absolutamente lógica. Os EUA permitiram que a Ásia se desenvolvesse ao transferirem para lá a produção de muitas das coisas que consomem. O que acontece é que nenhum dos outros possui um sistema financeiro próprio capaz de reciclar essa quantidade toda de dólares e, por isso, tem de recolocá-los nos EUA. A questão fundamental é que os Estados Unidos têm de produzir activos em que toda a gente confie e queira comprar como forma de colocar as suas poupanças. O grande problema que penso estar na base desta crise financeira foi que, pela primeira vez, os EUA não tinham activos suficientes para colocar. O Lehman, o Morgan Stanley, eram absolutamente cruciais na economia mundial porque são eles que transformam latão em ouro e que o colocam à venda no mundo inteiro. Não vale a pena dizer que a crise se deve a um bando de gananciosos. O grande problema, que pode marcar o fim da globalização e o declínio americano, é a incapacidade de produzir esses activos.

Este modelo de globalização tem de ter sempre no seu centro os Estados Unidos, com os seus défices. Que funcionam como uma espécie de capital de risco do mundo inteiro.

A China tem a noção disso?

A China precisa dos EUA mas não quer que a Europa desapareça do mapa e fará tudo para ajudar a mantê-la. Já está a comprar títulos de dívida gregos e espanhóis.

A questão é outra. A Espanha andou a criar uns leitõezinhos que já são muito apetitosos: a Telefónica, a Repsol, a Iberdrola, etc. No nosso caso, a Galp, por exemplo. Penso que esta crise é aquela em que alguém vai dizer: meus caros amigos, é altura de os leitões irem para o mercado para serem comprados por quem tiver dinheiro para comprar. O pior que pode acontecer nesta crise é haver uma transferência maciça da propriedade no Sul. É os chineses comprarem tudo o que lhes interessa na Grécia - o Pireu, os armadores...

E em Espanha e Portugal?

Os árabes, talvez. A Europa vai ser salva pelas compras dos chineses e dos árabes e, no caso português, também dos angolanos. Esta é a parte económica, que pode ser muito complicada pela parte geopolítica.

Como?

Em boa medida, por causa da energia. O abastecimento energético da China é um problema-chave para o seu futuro. Eles tinham três hipóteses de o resolver. A primeira era irem para o off-shore do Mar do Sul da China, mas aí tinham um grande problema. A China é uma entidade que não existe, economicamente falando. Tem a fatia costeira que faz parte do mundo da globalização e tem o resto. Esta parte costeira viveria muito bem sem nenhuma ligação com esse resto, da mesma maneira que vivem os coreanos, os japoneses, os taiwaneses, exportando produtos e importando o que não têm. Esta zona próspera e em crescimento - foi esta zona que os EUA arrancaram do atraso - tem toda a vantagem na continuação da globalização, dificilmente pode viver sem ela.

Se os chineses fossem para a opção do off-shore, esta região ainda ficava mais independente e ainda precisaria menos do resto da China. O poder em Pequim tem perfeita consciência do risco que isso comporta e, por isso, defende uma segunda hipótese, a hipótese continental, em que tem de ir buscar o petróleo e o gás à Rússia e, sobretudo, à Ásia Central, que tem de atravessar toda a China. Isso permite-lhes convencer essa China da faixa litoral de que precisa do resto do país e de que precisa do poder central para organizar isto tudo.

A terceira alternativa é dizer: para já, vamos ao Golfo Pérsico e a Angola buscar a energia de que precisamos. Isso tem um problema: as linhas de comunicação marítimas são extensíssimas e quem garante a sua segurança é a América. A dada altura deve haver uns almirantes loucos em Pequim que vão dizer: temos de constituir uma grande marinha. E no dia em que decidirem fazer isso a guerra está no horizonte.

Isso contraria a nossa ideia de que o desenvolvimento ajudará a integrar a China.

Ninguém liga nenhuma a estas coisas mas elas são fundamentais. O poder em Pequim tenta resolver este imbróglio optando pela Ásia Central. Mas aí vamos ter ao Afeganistão. No dia em que os americanos saírem, vamos ter a Índia, que não quer que os chineses vão para lá; os russos, que não querem que os chineses vão para lá; e os chineses que vão entrar lá de mãos dadas com os taliban com que estavam a negociar antes do 11 de Setembro. Porque o controlo sobre o Afeganistão é a chave para uma estratégia de abastecimento por via da Ásia Central. É a única que lhes permite resolver o problema dos almirantes loucos.

Ou as rotas ou o Afeganistão?

E uma terceira, que é quando [a secretária de Estado Hillary] Clinton vai ao Vietname e declara que os EUA querem pacificar o Mar do Sul da China, que é precisamente onde os chineses também podem ir buscar petróleo. Em todos os sítios onde eles querem ir buscar petróleo, os americanos estão envolvidos.

Neste jogo global, qual é o papel da Europa?

A Europa vai ser comprada pela China e pelos príncipes árabes.

E se isso, por hipótese, acontecer, que papel lhe resta?

Vai dividir-se em dois grupos. O Reino Unido já foi à Índia dizer que os paquistaneses eram uns patifes, porque sabe que eles são os aliados da China para este jogo. O que [o primeiro-ministro David] Cameron foi lá dizer agora foi o seguinte: nós estamos com a Índia e não com a China. Está a ver perfeitamente o jogo e ficará deste lado.

Quanto aos árabes, ainda não consigo perceber verdadeiramente o que querem. Há na OPEP um conjunto de gente que quer atacar a importância do dólar e deixar de depender de um dólar que eles temem que vá colapsar.

E também lhes interessa apostar no euro?

Exactamente. Vão continuar a dispor de grandes excedentes que lhes dão para comprara a Repsol e os outros leitõezinhos. Vamos ter uma Europa cheia de príncipes nos conselhos de administração e de chineses a financiar os Estados. E isso vai permitir que a Europa sobreviva.

Sobreviva?

É o nosso pequeno mundo. O grande mundo é a OPEP e também o Irão, a China e os EUA.

Como é que nós, portugueses, nos vamos adaptar a esta nova situação?

Penso que os alemães simpatizam connosco. Investiram cá, têm uma boa experiência, e não fizemos nada recentemente que os levasse a mudar de atitude. Portugal acumulou um capital relativamente à Alemanha que é positivo e que o distingue da Grécia. Mesmo passando entre os pingos da chuva, não estamos assim tão mal no nosso relacionamento político.

Com a Alemanha? Nos cenários que fez em 2002 colocava três alinhamentos possíveis - a opção ibérica, o alinhamento francês e a "Casa de Borgonha", que seria com o Benelux. A ibérica está em discussão - entre eles e entre nós. A França está em situação difícil e o Benelux falhou.

Não sei. Eu estou à janela e apenas posso dizer: aquele que está a passar ali vai ser atropelado. Penso, no entanto, que a Holanda continua a ser crucial e, quando a Bélgica se desintegrar, a Flandres pode ser a nossa maior amiga. É preciso reflectir muito sobre isto, mas creio que há três países que nos interessam: a Alemanha, a Holanda e a Noruega.

A Noruega?

A Noruega devia ser o nosso aliado principal por causa do petróleo, do mar e da exploração da plataforma continental.

Alguns dos cenários do exercício que fez mais recentemente [Portugal 2025 - que funções no espaço europeu, cuja recente actualização considera quatro cenários: "Florida Europeia", "Plataforma Asiática", "Escócia do Sul", "Ponte Atlântica"] consideram a plataforma energética que poderíamos constituir como relevante.

Exacto. Por isso, a Noruega é um parceiro possível - é atlântico e está muito próximo da UE. Fizemos um trabalho sobre as empresas energéticas na Europa e a Statoil [norueguesa] é uma coisa extraordinária - a forma como eles conseguiram estar no mundo inteiro. Mas falo da Noruega se decidirmos fazer uma aposta na plataforma continental, na sua extensão. Os alemães podem também estar interessados, porque não têm mar. Mas entre alemães, noruegueses e holandeses... A Noruega e a Holanda são o mundo atlântico. A Alemanha é o mundo europeu de que não podemos fugir.

Isto não tem de ser contra a Espanha...

Mas há um elemento permanente na cenarização para 2025 que passa pela ideia de que não deveremos ser apenas a fachada atlântica da Espanha.

Esse problema existe, só que uma parte da elite portuguesa não o quer ver. O actual Governo era "Espanha, Espanha, Espanha". Cavaco Silva era "Espanha, Espanha, Espanha". Temos de ter uma boa relação com a Espanha. Isso está fora de causa, mas temos de ver é como é que fazemos isso.

Voltando aos cenários. Parece-me comum a todos que a geografia volta a ganhar peso, depois de ter sido, de algum modo, absorvida pela Europa. É essa a mudança?

A questão central é que, em qualquer dos cenários, Portugal tem de se tornar mais atractivo. Na nossa encarnação anterior, não precisávamos de ser particularmente atractivos. Bastava sermos bem-comportados, cumpridores das normas europeias. Isso até nos criou alguma respeitabilidade. Íamos subindo os degraus.

O que me parece é que, neste estado de tensão em que a Europa vai estar, temos de ter uma maior consciência daquilo que podemos querer.

Que já não pode ser o mesmo?

O nosso percurso de convergência com a UE foi interrompido há 10 anos e agora agravado pela crise.

A resposta que foi dada à crise por este Governo é muito interessante. É uma resposta de emergência, mas o facto é que fomos ter à Líbia, Argélia, Venezuela e Angola. A primeira razão é o petróleo. Mas há outra coisa em comum: à excepção de Angola, todos têm relações tensas com os EUA. Fomos à procura de parceiros que estão completamente fora do nosso alinhamento estratégico, embora pudessem dar bons negócios. Conseguiu-se aumentar as exportações para esses países. O primeiro-ministro fez como Paulo Portas: passou a ir às feiras. Estava habituado a andar nos supermercados e passou a ir às feiras. Não estou a pôr isso em causa, possivelmente não podia fazer outra coisa...

É aí que entram os outros cenários. Num dos que considera, podemos transformar-nos numa plataforma intercontinental alinhada com a Ásia, em que o investimento que substitui o alemão é o asiático...

Mas que se insere muito bem nesta estratégia da Europa próxima da Ásia... O primeiro-ministro chinês, nas declarações que fez sobre o euro, disse que não nos podemos esquecer que a Europa é sempre um campo de investimento prioritário para a China.

E há ainda outro cenário que é o "escocês"...

Esse é apenas se houver descobertas de petróleo e de gás no nosso off-shore, o que provocaria uma grande mudança. Mas mesmo não havendo petróleo, esse cenário não é impossível. Utilizei a ideia da Escócia porque ela se desenvolveu muito fornecendo serviços de engenharia para o Mar do Norte. Desse ponto de vista, a bacia da África Ocidental podia ser o nosso Mar do Norte. Essa função podia ser desenvolvida aqui e o Brasil pode ser um parceiro fundamental.

No outro cenário, o da "ponte atlântica", estamos com o Brasil mas mais numa posição subalterna. É a ideia de que a CPLP pode ter indonésios, australianos - é aquele em que podemos tentar fazer do mundo de expressão portuguesa uma força. Penso, no entanto, que só temos interesse nisso se conseguirmos alinhar mais o mundo de expressão portuguesa com o mundo de expressão anglo-saxónica. Porque o primeiro, sozinho, nunca tem muita força.

O que também há de comum é a ideia de que deveríamos aproveitar melhor a globalização...

Estes cenários são do DPP, mas são feitos por mim. Se o DPP tivesse de se pronunciar hoje, preferiria que eu nunca os tivesse feito. Está numa posição muito melindrosa. A maneira como encaram isto, os mais novos, é diferente. Tudo isto foi feito por uma geração - a nossa - que foi ensinada desde pequena na gestão dos conflitos e na paixão pelos conflitos. A geração deles é a geração da procura da felicidade.

Só que a crise mundial obriga-nos a pensar no que pode correr mal.

O grande problema é que a adesão à moeda única teve como consequência uma fuga generalizada perante a globalização. Quem se endividou mais não foi o Estado, foram os bancos, para alimentar o consumo interno. E esse consumo é uma forma de alimentar as exportações alemãs e italianas, etc. Isso teve duas consequências: facilitou as importações e criou uma atracção enorme pela terra e pelo investimento no imobiliário como grande forma de obter lucro. As famílias podem consumir importando porque têm financiamento bancário e o sector empresarial tem uma oportunidade enorme em torno da terra - da terra para os portugueses e depois, pelos PIN [Projectos de Interesse Nacional], a terra para estrangeiros. Foi esse o esquema que nos levou a uma situação muito complicada. Temos cada vez menos para oferecer para o exterior. O facto de deixarmos de importar não acho mal, o problema é que se criou um sector de emprego muito grande à volta daquilo que se importa. Basta ir aos centros comerciais.

E os grupos económicos e a banca vivem do mercado interno.

No ano passado, a ANEOP [Associação Nacional dos Empreiteiros de Obras Públicas] fez uma publicação maravilhosa que dizia o seguinte: a construção, ela própria, representa 8 por cento do PIB em 2009; o cluster da construção no sentido mais alargado - matérias de construção, promoção imobiliária, serviços ligados à habitação, obras públicas - representa 18 por cento do PIB e absorve 72 por cento da totalidade do crédito concedido pelo sistema bancário. O que sobra é para as PT, as EDP e o resto é nada. É um problema diabólico.

Precisamos de atrair investimento, o que pode implicar várias coisas, entre as quais um sistema fiscal mais competitivo.

A fiscalidade não é tudo. Trouxemos cá o presidente da Infosys [empresa indiana líder mundial nas tecnologias da informação], o senhor Murty, para uma coisa sobre as tecnologias da informação. Queríamos trazer alguém de topo no sector e que fosse indiano. O senhor foi capa da Time mas aceitou vir cá com muita facilidade, trouxe a mulher e umas amigas da mulher que eram goesas, foram aos Jerónimos e tudo isso. A certa altura, quando o trazíamos do aeroporto, perguntámos-lhe porque é que nunca tinha investido em Portugal. Ele respondeu que, para isso, tinha que ter resposta a algumas perguntas prévias. Quais eram as perguntas? Como é que é a relação das vossas crianças com a matemática; a partir de que ano é que escrevem e falam inglês correctamente; como é que estão de talentos; e quantos engenheiros informáticos formam por ano.

Quando foi isso?

Em 2007. Levámo-lo à Agência de Investimento, onde foi muito bem recebido e lhe explicaram que Portugal era fantástico, não tinha greves, era flexível, o IRC era de 25 por cento. Ele ficou calado todo o tempo. Até que lhe perguntaram o que é que achava. Ele respondeu mais ou menos isto: "Achei tudo muito interessante, mas só quero fazer uma pergunta: eu posso premiar os melhores ou não?"

Essas quatro coisas que ele mencionou têm todas a ver com o capital humano e nada com fiscalidade.

Absolutamente. E a outra, tem a ver com o processo de organização social. O que estou a dizer é que, por exemplo, para uma fábrica de automóveis a questão dos impostos é chave. Mas para ter empresas informáticas ou clínicas de alta qualidade, pode não ser tão importante. Isso obrigaria a ver, em primeiro lugar, o que é que queremos atrair nesta fase e o que podemos atrair. E até podemos concluir que é muito mais importante no futuro não ter um IRS muito pesado sobre os quadros do que ter um IRC baixo para as empresas. O cenário da Florida, por exemplo, tem muito mais a ver com talentos.

Já produzimos alguns talentos mas a tendência parece ser a de se irem embora.

Essa questão só se resolve com investimento estrangeiro. E a única alínea da política industrial de um país como Portugal é a atracção de investimento.

Olhando para os cenários que nos projectam mais na globalização, onde é que precisamos de apostar?

Este trabalho que fizemos agora para a ANEOP está muito centrado nas infra-estruturas para lhes chamar a atenção de que, conforme os cenários, assim será a actividade no sector. O cenário da "plataforma asiática" é o mais exigente em infra-estruturas. Grande aeroporto, porto de águas profundas (Sines), caminho-de-ferro para mercadorias para a Europa.

Mas não vale a pena pensar em infra-estruturas se não estivermos, ao mesmo tempo, a atrair os investimentos que necessitem delas. É isso que me custa a perceber, não sermos capazes desse exercício... Temos de encontrar quem são os actores que estão interessados em vir para aqui. E isso não se pode definir à partida, embora haja coisas que se podem saber. Penso, por exemplo, que devemos olhar para Estados intersticiais como Singapura ou o Qatar, com pouca base territorial, mas ligados ao mundo e que precisam de bases. Devíamos olhar para eles como aliados para fazermos aeroportos ou portos de águas profundas ou para termos parceiros para a TAP.

Onde é que vamos encontrar os actores políticos, económicos, sociais para conseguirmos isso?

O que vai tornar este período mais difícil é ainda não se saber exactamente a natureza desta crise. Se esta crise for uma crise de rearrumação da globalização, quem estiver cá a governar vai ter de exercer funções que antes não eram precisas por causa da Europa. Vamos demorar tempo até nos adaptarmos a esta nova realidade e vai levar tempo a que a classe política evolua. Isso não quer dizer que a Europa não tivesse sido boa. Mas criou, em simultâneo, um modelo de funcionamento que não gera as exigências que agora vão ser precisas. As pessoas espantam-se que os dirigentes políticos tenham perdido qualidade. Era inevitável. Era um grupo que devia apenas seguir o que se decidia em Bruxelas, não era preciso mais.

Agora, vamos atravessar um processo dramático onde vão aparecer muitos falsos profetas mas em que o nível vai mesmo ter de acabar por subir. Imagino que sim.

sábado, 31 de julho de 2010

A PT e o seu ex-núcleo duro

Encontrei este artigo na internet que pode ajudar muitas pessoas a compreender todo a problemática entre o governo e os principais accionistas da PT.



A PT e o seu ex-núcleo duro
Nicolau Santos (http://www.expresso.pt)


O Estado tem ou não autoridade moral para impedir a compra da Vivo pela Telefónica? A questão legal há-de ser dirimida nos tribunais. Mas a moral é também muito importante, porque há quem considere estar-se perante um crime de lesa-majestade aos direitos dos acionistas. Ora, para responder a esta questão é preciso recuar aos primórdios da Portugal Telecom (PT) e à sua expansão internacional para conhecer o esforço que o Estado fez (ou seja, os contribuintes) para construir a empresa e aquele que deve ser imputado aos privados.

Primeira questão: quem fundou a empresa? Em 1994, um Governo presidido por Aníbal Cavaco Silva e que tinha como ministro das Obras Públicas Joaquim Ferreira de Amaral incumbiu um alto quadro do PSD, Luís Todo-Bom, para realizar uma missão quase impossível: fusionar, em tempo recorde, três empresas públicas de telecomunicações para criar um grande operador nacional neste sector. E, assim, em 1994, nasce a PT, operador único nacional de telecomunicações que junta, por fusão, a Telecom Portugal, TLP e TDP. Seguem-se depois cinco fases de privatização da operadora, que ficam concluídas em 2000. A primeira resposta, portanto, é esta: foi o Estado e não os privados que constituiu o maior operador nacional de telecomunicações.

Segunda questão: e quem liderou a grande expansão internacional da PT, sobretudo para o Brasil? Em 1995, pouco depois de ter chegado ao poder, António Guterres, então primeiro-ministro, realiza a sua primeira viagem ao Brasil, para assim dar um sinal de que aquele mercado passava a ser estratégico para as empresas portuguesas. E quem deu esse exemplo foi a PT, liderada então por Murteira Nabo. A PT tornou-se um dos maiores investidores estrangeiros no Brasil e o maior entre os investidores nacionais naquele mercado. Comprou a Telesp Celular, a maior operadora móvel do estado de São Paulo, e lançou no Brasil uma novidade absoluta, que tinha sido desenvolvida em Portugal pela PT Inovação, o telemóvel pré-pago, que lhe deu enorme projeção e uma significativa quota de mercado. Segunda resposta: foi o poder político e não os privados que estimulou as empresas nacionais a apostarem no maior mercado do continente sul-americano.

Terceira questão: os principais acionistas portugueses da PT foram muito prejudicados pelo veto público à operação. Ora, para além dos dividendos que paga aos acionistas, a PT também mantém relações comerciais com alguns deles. Em 2009, a PT pagou à Visabeira por fornecimentos e serviços prestados ¤87,9 milhões (a empresa é um dos fornecedores à PT de fibra), ao BES ¤23,7 milhões e à Ongoing ¤2,7 milhões (por esta ter adquirido uma empresa, a Mobit, que já fornecia serviços à PT). Mas também a Heidrick & Struggles, uma empresa de Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, prestou serviços à PT de ¤2,2 milhões (excluindo IVA) em 2009. E há ainda as grandes aplicações financeiras da PT em fundos da Telefónica, do BES e da Ongoing.

Não deixa, por isso, de ser irónico que tenham sido BES, Ongoing e Visabeira que aprovaram na assembleia geral a proposta de venda da Vivo à Telefónica. O que atrás fica descrito demonstra que estas três entidades são as que menos se podem queixar da decisão do Governo de proibir a operação. E se tivessem vergonha estavam era muito discretamente calados.

Coitados dos capitais

O Tribunal Europeu decidiu que o veto do Estado à compra da Vivo pela Telefónica, com base nas 500 ações especiais que detém, é ilegal, porque impede a livre circulação de capitais. É extraordinário o argumento, quando a única entidade que se move em todo o mundo com grande rapidez e nenhum constrangimento, escapando claramente ao controlo dos Estados, são exatamente os capitais. Se há restrições, é à livre circulação de mercadorias e, sobretudo, de pessoas, mesmo dentro da União Europeia. Agora descobrir barreiras à circulação de capitais só na cabecinha dos juízes do Tribunal de Justiça da União Europeia. Valha a verdade que Menezes Cordeiro, presidente da mesa da assembleia geral da PT, não só considerou completamente legal a utilização dessas ações especiais para impedir a operação, como disse que outros seis jurisconsultos deram a mesma opinião, como acrescentou ainda que qualquer queixa sobre esta matéria nos tribunais portugueses será derrotada. Por isso, a Telefónica, que é arrogante, mas não é parva, já percebeu que é melhor sentar-se à mesa para negociar com a PT uma solução para o impasse. E qualquer que seja o desfecho, esta já é uma indiscutível vitória para José Sócrates.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PT vende a sua participação na Vivo à Telefónica

Veio hoje a público que finalmente acabou a telenovela que já se arrastava à algum tempo entre a Telefónica e a PT. Pelo que veio o público a PT vai vender a sua participação de 30% na Vivo por 7,5 mil milhões de euros. Ao mesmo tempo vai adquirir 23% da Oi por 3,75 mil milhões de euros.

Este negócio foi revelador de vários problemas, um é de que os "nuestros hermanos" quando são contrariados conseguem ser cegos na critica e não se importam em apunhalar seja quem for pelas costas se isso lhe der algum benefício. Li verdadeiros ataques nos media Espanhóis a Portugal e ao seu bom nome. Aliados e amigos não se comportam desta maneira!

É este o país que o actual governo considera como principal aliado. O enredo torna-se cada vez mais complicado quando vemos o principal líder da oposição a criticar a posição do governo Português, em Espanha. Digamos que estamos entre a espada e a parede, entre um e o outro que venha o diabo e escolha.

A PT ganhou mais uns bons milhões com o veto do governo em relação a este negócio, por isso neste caso até estou com o nosso PM (mas só desta vez). Mas segundo consta a Vivo é uma empresa com um rendimento muito superior à OI, por isso só saberemos se este foi um bom ou mau negócio no futuro.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mário Soares defende federalismo europeu

O ex-Presidente da República Mário Soares apelou hoje aos governos de Portugal e Espanha para que unam esforços a favor do federalismo europeu e contra a ortodoxia financeira, defendendo que a União Europeia só sobreviverá se houver "sobressalto cívico".

As posições de Mário Soares foram assumidas nas Jornadas Parlamentares do PS, onde fez um violento ataque à ortodoxia financeira do Banco Central Europeia e ao "darwinismo" social da corrente económica liberal.

"Portugal deve alinhar pela Espanha e, em conjunto, terem a coragem para bater o pé aos líderes europeus, que continuam a perfilhar uma ortodoxia financeira obsoleta, que está a colocar em grave risco a União Europeia ao nível de rupturas sociais, que podem vir a ser trágicas", sustentou o ex-chefe de Estado.

Para Mário Soares, a União Europeia, como projecto político de paz e desenvolvimento sustentável, tem de caminhar no sentido federal, ou seja, "os Estados Unidos da Europa".

"Um Governo político [da União Europeia] é necessário e urgente, mas, infelizmente, os grandes países europeus enfrentam graves problemas de liderança", apontou, dando como exemplos a Itália liderada por Sílvio Berlusconi e a queda de popularidade do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Na perspectiva do ex-Presidente da República, "se não houver um sobressalto de cidadania, tudo parece caminhar para a desintegração da União Europeia, porque não se vê qual o rumo que pretende seguir para sair da paralisia e superar a crise, que continua a agravar-se".

in: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/mario-soares-defende-federalismo-europeu



É sempre bom ver que o "pai" da democracia Portuguesa continua a sua caminhada. Foi um vendido e um traidor, continua um vendido e um traidor. Verdade seja dita, pelo menos é coerente.

Boy socialista ganha 5 milhões

Ordenado de Rui Pedro Soares na PT disparou nos últimos cinco anos.
Por:Janete Frazão/H.R./M.A.G

Rui Pedro Soares, ex-administrador da PT, ganhou mais de quatro milhões de euros em cinco anos (2005 a 2009). Se a este valor somarmos o prémio de 600 mil euros que o ex--gestor tem a receber pela renúncia do cargo de membro executivo da administração, o montante das remunerações ascende a 4,7 milhões de euros. Com os salários já ganhos ou a auferir ao longo de 2010, Rui Pedro factura quase cinco milhões.

Só em 2009, Rui Pedro Soares declarou ao Fisco mais de 1,5 milhões de euros, o que, a dividir por 14 meses, dá perto de 110 mil euros por mês. O ex-gestor, com ligações ao PS e amigo de José Sócrates e Mário Lino, renunciou ao cargo em Fevereiro passado, pouco depois de serem divulgadas as escutas do processo ‘Face Oculta’, que o envolvem no negócio PT-TVI e na contratação de Luís Figo com a contrapartida de apoiar o PS nas legislativas.

Rui Pedro ingressou na PT em 2001, sendo nomeado administrador executivo em 2005. Foi precisamente no ano em que entrou para a administração executiva da PT que o ordenado de Rui Pedro Soares disparou de quase 72 mil euros, em 2005, para mais de 465 mil euros, em 2006. Nos anos seguintes, o seu vencimento continuou a subir em flecha: recebeu mais de 978 mil euros, em 2007, e cerca de 996 mil euros, em 2008.

Nestes últimos anos, Rui Pedro enriqueceu ainda o seu património imobiliário. O ex-gestor da PT é dono de um imóvel em S. Jorge de Arroios, Lisboa, cujo valor patrimonial ronda os 555 mil euros, mas foi adquirido, em 2006, por 674 mil euros. E tem uma casa em Alvor (Portimão), com um valor patrimonial superior a 213 mil euros, que foi comprada por 470 mil euros. Rui Pedro fez dois créditos para a compra das mesmas: um de 700 mil euros e outro de 200 mil.

O CM sabe que, neste momento, Rui Pedro não tem categoria de director na PT nem pelouros atribuídos. O ex-gestor está colocado na área internacional. O CM tentou contactar Rui Pedro Soares mas este não esteve disponível.

RENDIMENTOS DECLARADOS AO FISCO

2009: 1 540 848,00 - Em Março de 2009 é reeleito administrador executivo da PT.

2008: 996 470,20 - Entra na administração do Taguspark representando a PT.

2007: 978 453,20 - Fica responsável por áreas como patrocínio e publicidade.

2006: 465 051,78 - Nomeado administrador executivo da PT SGPS e Imobiliária.

2005: 72 635,68 - Administrador da PT Compras, após entrada no quadro em 2004.

‘CM’ DIVULGA NA ÍNTEGRA DOCUMENTO DA PJ DE AVEIRO ENVIADO PARA O PARLAMENTO

23 de Junho 22h12

Paulo Penedos (PP)e José Penedos (JP)

PP fala com o pai, José Penedos, que comenta o título do jornal sobre o interesse da Telefónica na TVI. PP esclarece o pai que aquilo é uma cortina de fumo, para dar ideia que há muitos interessados e que se trata de algo com mero interesse empresarial, para justificar a operação. Que à boa maneira de Espanha, o RPS meteu-se no avião com umas minutas na mão e quando chegou lá eles disseram que os bancos deles não aceitavam as condições financeiras e por isso estão a negociar. As minutas não foram preparadas pelo PP, mas sim pelo BES-Investimento. José Penedos ri-se e comenta: 'Isto é que é uma tristeza total'.

24 de Junho 00h01

Rui Pedro Soares (RPS) e Paulo Penedos (PP)

PP diz ao RPS que foi falar com o gajo e ficou preocupado. O gajo virou-se para ele em tom de confidência a dizer que se não fossem as responsabilidades que tem ali e a lealdade que tem para com o Zeinal, o que lhe garantia é que o melhor que podia acontecera ao PSD era isto. Se estivesse do lado de lá, ou estivesse fora daqui, e lhe perguntassem o que é que queria que lhe dessem, respondia que era isto. Isto era o melhor que lhe podia acontecer... Isto do Rui... Está toda a gente a falar se ele é isto, se é aquilo. Telefonou à Anabela Campos [jornalista do ‘Expresso’] à frente dele para desmentir que ele próprio e ou o Rui Pedro fossem para lá. Diz ainda o PP que o gajo lhe disse que fala com a Anabela Campos porque tem confiança mas que não pode andar a desmentir todos e isto está em todo o lado e está toda a gente contra. O chairman está contra, o Zeinal faz isto porque é um gajo profissional mas está-se a torcer, isto é uma maluqueira e vão levar muita porrada... Ficou com nítida sensação de que ele o estava a preparar, a pré-anunciar.... a colocar na boca dos outros o que ele fez. RPS diz que não foi ele, foi o Henrique que fez. PP diz que quando fala em caça ao homem, homem são dois. Um, o próprio RPS, no que toca à casa, e o outro é porque ele diz que para o PSD é a vingança da Lusomundo. RPS pede a PP que analise e decida se é melhor para o PSD a 'pequena tourada' que vão ensaiar e que Belém vem ampliar ou manter a TVI como está agora durante mais três meses. Sabem que vão sofrer ataques, agora depende do grau dos ataques. Conclui: Se o Moniz é corrido sem nós entrarmos é melhor para a PT, mas é muito pior para o 'chefe máximo' porque nós vamos ajudar a amortecer o impacto, não vamos ampliá-lo.

24 de Junho 00h55

Paulo Penedos (PP) e Rui Pedro Soares (RPS)

PP diz ao RPS que o ‘i’ tem como manchete que a PT compra 30% da Media Capital. RPS pede-lhe que lhe ligue quando começar (notícias de 1.ª página). Diz-lhe ainda que o Diogo Leónidas está a fazer um texto, documento para o Moniz assinar, e vai mandar para o yahoo dele e quer que o PP lho leia.

24 de Junho 00h59

Paulo Penedos (PP) e Rui Pedro Soares (RPS)

PP faz o resumo dos títulos e matérias de imprensa para o dia de hoje. Paulo acha que quanto mais vezes o assunto (compra da TVI pela PT) for noticiado melhor, pois a seguir passa a ser assunto de curiosos. Diz o PP que se o RPS fosse presidente executivo da TVI e fosse referenciado como amigo do Sócrates a coisa poderia surgir de imediato... agora sendo o Zeinal, que é um gajo que não diz nada a ninguém... RPS interrompe e diz que o Zeinal vai ser o chairman da Media Capital, fala do jantar com o Polanco e da dificuldade que tiveram para entrar no restaurante por não terem gravata. Diz ainda que teve de desmentir uma gaja do ‘Correio da Manhã’, que exigiu falar com ele para ser ele a negar que ia ser ele o novo director-geral da TVI. RPS confronta o PP com uma pergunta directa: 'Se fosses o chefe, e relativamente ao assunto que temos em mãos, o que fazias? Dizias ‘fechas’ ou dizias ‘não fechas’? PP responde que fechava. 'Com as garantias todas de não poder haver ligação da tua presença em órgãos sociais, fechava. Isto é, não estando o teu nome e a tua assinatura em lado nenhum... agora o problema é que há muitos gajos a lidar com isto. Eu estive a trabalhar no gabinete do Pacheco, eles estavam com dificuldade na versão em inglês para a CMVM, e já depois com o Pacheco fora da sala o maluco do Guterres, a falar com um gajo do ex-investimento dizia que isto era só para um ano...'. RPS diz que isso é o tipo de coisas que não se diz, o que temos que dizer é que é estratégico e que é para a vida. PP diz que é disso que tem medo, andaram eles com muito cuidado e todos os gajos que trabalham ali sabiam e espalharam o que se estava a passar. RPS refere que disse ao Sócrates que tem noção de que andam nisto há dez meses e que só nos últimos dias é que... PP diz que é verdade, mas que enquanto esteve com pessoas da confiança dele, directa ou indirectamente, nada se soube. RPS diz que o chefe lhe perguntou se não era melhor correrem com o gajo (Moniz) antes de eles (PT) entrarem e que lhe respondeu que não, porque têm um grande pára--choques para ele (chefe). PP acha que, custe o que custar, em termos de dinheiro para pôr no negócio, por muito que um gajo possa pensar que o crime compensa ou que vamos beneficiar o infractor, o gajo (Moniz) devia sair confortável para estar calado. Porque uma coisa é as patifarias que ele pode fazer por trás mas outra coisa diferente é o gajo dar a cara... e dá o exemplo de um indivíduo de uma aldeia remota que diz ter pena que o Moniz não tenha avançado para o Benfica pois tinha feito um grande trabalho na TVI. Este episódio ilustra a força do Moniz no discurso directo e a sua capacidade para os prejudicar.

SÓCRATES QUERIA MONIZ FORA DA TVI ANTES DO NEGÓCIO

A 24 de Junho, no dia em que José Sócrates disse desconhecer o negócio entre a PT e a TVI no Parlamento, Rui Pedro Soares, numa conversa com Paulo Penedos, revela que 'o chefe lhe perguntou se não era melhor correrem com o gajo (Moniz) antes de eles (PT) entrarem e que lhe respondeu que não'. Segundos antes, Rui Pedro refere que disse a José Sócrates que 'andam nisto há dez meses e que só nos últimos dias...'.

Na Comissão de Inquérito, Rui Pedro Soares fez questão de afirmar que se alguma vez invocou, 'em conversas privadas ou outras, o nome do Sr. Primeiro-Ministro', o fez abusivamente.

As escutas mostram também Rui Pedro e Paulo Penedos a referir que 'andam nisto há dez meses', isto apesar de Zeinal Bava e Manuel Polanco terem garantido aos deputados que a primeira vez que se falou dessa possibilidade de negócio foi numa reunião a 26 de Maio.

Outra discrepância em relação ao que foi dito à Comissão passa pela posição que a PT teria na Media Capital. Zeinal Bava disse que apenas teriam o pelouro financeiro, mas Rui Pedro garantiu a Paulo Penedos que 'o Zeinal vai ser o chairman da Media Capital'.

Além disso, em outra conversa com Armando Vara, é referido que a PT fica com o 'poder que interessa' na dona da TVI, o da comunicação.


in: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/boy-socialista-ganha-5-milhoes

sábado, 12 de junho de 2010

Eurostat vai poder inspeccionar as contas nacionais

Os ministros europeus das Finanças chegaram hoje a um acordo de princípio
para reforçarem os poderes do serviço europeu de estatísticas, o Eurostat, de
modo a permitir-lhe inquirir, com poderes de inspecção, sobre a exactidão dos
números fornecidos pelos países da UE, nomeadamente em matéria de défice.

Esta iniciativa segue-se aos que a AFP chama “erros recorrentes” nas
estatísticas gregas, que precipitaram a crise da dívida na Europa. Os gregos têm
sido acusados de falsificação das contas nacionais.

As novas disposições
“visam reforçar o papel do Eurostat quando se trata de verificar a qualidade dos
dados nos casos em que tenham sido claramente identificados riscos de problemas
significativos”, segundo o documento adoptado hoje pelos ministros.



Para quem achou o mesmo texto um pouco excessivo, veja este artigo e depois retire as suas ilações. O reforço dos poderes de Bruxelas (e as suas organizações) continua a aumentar e apesar dos vários povos europeus serem contra uma federação europeia, esse projecto continua de vento em popa. A crise deu jeito para algumas pessoas, não foi?!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Daniel Cohn-Bendit sobre ajuda econômica a Grécia

Apesar de não concordar com grande parte das coisas que estes senhores defendem, é sempre interessante ouvir com atenção alguma das coisas que eles dizem:


terça-feira, 1 de junho de 2010

The Greek Crisis Was Planned!

Na semana passada estava a debater num fórum acerca da crise mundial com uma pessoa que por norma tem pontos de vista completamente diferentes das minhas (excepto que o Benfica é provavelmente o maior clube no mundo).

Debatemos sobre vários acontecimentos quando eu escrevi no dito fórum que na minha opinião o Sul da Europa em geral e a Grécia em particular está a ser alvo de um plano muito bem delineado para o reforço do poder central europeu nas mãos do eixo Franco-Alemão. Vocês puderam pensar que enlouqueci de vez, que virei mais um maluquinho das teorias de conspiração. Na verdade faz tudo sentido, vamos ver por partes. Temos vários estados que tiveram fortes taxas de crescimento nos últimos 20 anos, desde que aderiram à CEE. Esses mesmos estados passaram muita da sua soberania para as mãos de Bruxelas, no entanto ainda estávamos longe de uma Federação Europeia. O que se passou nesta crise foi que toda uma série de estados de repente viram-se confrontados com dívidas públicas e privadas excessivas, uma crise económica mundial que diminui e muito as exportações desses mesmos países. Se os governos Franceses e Alemães tivessem acordado um auxílio imediato à Grécia, a bolsa especuladora não teria tempo de entrar em acção e ter feito tantos estragos nos países chamados PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). A verdade é que foi graças a estes meses de indecisão que permitiu a que se chegasse a um consenso dentro da EU para que o Banco Europeu tivesse ainda mais poder interventivo nos vários estados. Também foi graças a este período que se conseguiu de uma forma encapotada e sem que ninguém percebe-se que o poder dentro de Bruxelas pendesse ainda mais para o Bloco Franco-Alemão.

A verdade é que todas as instituições necessárias a uma Federação Europeia já existem, desde as Forças Armadas, passando pelas Forças de Segurança, pelas instituições políticas/partidárias, etc.

Tenho a certeza de que o futuro só verá o poder deste bloco aumentar ainda mais. O mais incrível disto tudo é que temos um governo que nada diz e que só sabe culpar as empresas de rating.

Será que é tudo culpa deles? Claro que não! Os vários governos quando quiseram que os seus países entrassem na EU, sabiam que muito provavelmente isto ia dar problemas e médio/longo prazo. Como é que um país como Portugal ou a Grécia ia aguentar ter a mesma moeda que países muito mais fortes e competitivos? Não iam e o resultado está à mostra de qualquer um. Hoje já não temos a possibilidade de baixar o valor da nossa moeda para aumentar as exportações, hoje já não temos independência para escolher o rumo para o nosso país. Se juntarmos a isto tudo as despesas desnecessárias que foram o Europeu em Portugal e as Olimpíadas na Grécia, ficamos com todo o panorama que levou a este endividamento.

Essa pessoa (que muito provavelmente vai ler este texto, também me mandou este link deste texto:

http://www.thetrumpet.com/index.php?q=7062.0.123.0

Leiam que não se vão arrepender.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Identidade Portuguesa - Porque a Defendo / Rainer Daehnhardt


Porque sinto que a introdução do "Euro" não passa de um disfarce para o maior roubo monetário colectivo da História!

Porque sei que a "União Europeia" não é nem uma união nem europeia. É uma submissão conjunta a vontades "extra-europeias" que preparam o assalto global!

Porque dei-me conta de que a "lavagem cerebral" levada a efeito pelos media em Portugal apenas parece afectar a classe política, porque o povo, bem no seu íntimo, mantém-se intacto; simplesmente "está-se nas tintas"!

Porque vejo que quanto mais os "caseiros" - que ainda somos autorizados a escolher para "dirigir" o que resta - se afastam da convivência diária com o sentir da população, mais se aproximam de um divórcio onde já ninguém lhes liga!

Porque a identidade de um povo é criada por milhões de vontades individuais que, conscientes disso ou não, agem em conformidade!

Porque esta identidade não se limita a este pequeno rectângulo na berma da Europa. Estende-se, há mais de meio milénio, pelos oceanos fora, a um grande número de pessoas das mais variadas crenças, nacionalidades e cores de pele, que continuam a identificar-se com a lusa gente.

Porque o que junta um português a um finlandês são meramente interesses materiais ou a coincidência de partilharem a mesma "prisão". O que junta um português a um timorense é o coração, a língua, o facto de terem vivido juntos sob a mesma bandeira - durante séculos -, por ambos respeitada, e a vontade de continuarem ligados independentemente do que dizem os seus passaportes.

Porque a Europa, façam dela o que fizerem, é pequena demais para a alma lusa! Esta é gigante, abrangendo todo o globo de forma amigável, sem se impor!Porque o gene luso é portador de uma espécie de "anarquismo positivo", sempre inesperado, imprevisível, cheio de capacidades de "desenrascanço"!

Porque nenhum outro povo se encontra mais capacitado, para liderar os sobreviventes da grande catástrofe que se avizinha, do que os descendentes de um Viriato, de um Nuno Álvares Pereira, de um Afonso de Albuquerque, Homens de grande visão!

Porque sinto orgulho de identificar com Portugal e sua gente, e de ser pai de cinco crianças lusas pelas quais me empenho para um futuro sem "algemas"!

Porque amo Portugal e vejo nos Açores o seu último reduto, a garantia da esperança de um mundo mais são!Porque pela identidade portuguesa e pelo que ela representa lutarei, mesmo após a morte!

Um livro que acho que todos os Portugueses deviam ler um pouco e reflectir sobre o nosso país e o futuro do nosso povo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Passámos a ser um protectorado da Alemanha"

O primeiro ministro das Finanças de José Sócrates diz que Portugal passou a ser uma "espécie de protectorado da Alemanha"; que a situação financeira do país chegou a um ponto que "não imaginaria que fosse possível"; que as medidas de austeridade aprovadas na semana passada são o "dobro do que seria necessário se tivessem sido iniciadas em Dezembro" e que daqui a cinco anos ainda vão continuar a ser necessárias.

O primeiro ministro das Finanças de José Sócrates diz que Portugal passou a ser uma “espécie de protectorado da Alemanha” , o que não é necessariamente mau; que a situação financeira do país chegou a um ponto que “não imaginaria que fosse possível”; que as medidas de austeridade aprovadas na semana passada são o "dobro do que seria necessário se tivessem sido iniciadas em Dezembro" e que daqui a cinco anos ainda vão continuar a ser necessárias.

Em entrevista à revista “Visão”, Luís Campos e Cunha confessa que, apesar de ser frequentemente apelidado de “tremendista” e de “pessimista”, nunca imaginou que fosse possível o país resvalar para a situação em que está. “Como português, tenho pena, mas passámos a ser uma espécie de protectorado da Alemanha, do ponto de vista financeiro. Mas quando os nativos não se sabem governar, uma boa dose de colonialismo não deixa de ser saudável”.

A culpa, diz, é de “quem está a Governar”, mas também de “alguns partidos” que não perceberam que a situação do país “era, de facto, grave”. “É preciso que os portugueses percebam que o Estado vive, há vários anos, numa situação parecida com o esquema da Dona Branca. Ou seja paga a dívida e os juros com nova dívida. É como se uma família pagasse a prestação da casa com o cartão de crédito”.

A “factura” vai levar anos a ser paga. “Julgo que daqui a cinco anos vamos ter, certamente, outro pacote de medidas austeras, parecido com o que acaba de ser anunciado”.

Campos e Cunha prevê ainda que o sector bancário, que está debilitado, seja alvo de ofensivas do exterior e não disponha de capacidade para se “defender dessa concorrência, por pura e simplesmente não terem balanço para poderem competir na concessão de crédito”. “Por alguma razão Ricardo Espírito Santo Salgado [CEO do BES] pediu [ao Governo] para adiar os grandes projectos, pois não os podia financiar, possivelmente por não ter balanço contabilístico para o fazer”.

O antigo vice-governador do Banco de Portugal, professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova e actual presidente da SEDES antecipa ainda que o Governo dure apenas mais um ano, achando “provável” que Pedro Passos Coelho, que o tem “surpreendido pela positiva”, seja a curto prazo o novo chefe de Governo .



Este artigo retirado do Jornal de Negócios deixou-me perfeitamente siderado. Finalmente um politico ligado ao PS a dizer a verdade; havia de haver um dia que isso acontece-se.
Pois é meus amigos, que Portugal perdeu a sua independência, isso já eu sabia à anos, afinal grande parte da legislação aprovada no Parlamento vem directamente de Bruxelas. Mas agora tornou-se ainda mais claro que este governo vendido às grandes construtoras colocou o país numa situação absolutamente de cócoras em relação ao eixo Franco-Alemão. Os donos da EU são neste momento os donos de Portugal. O mais espantoso é um político Português (?) dizer que isso não deixa de ser saudável.
Quando vemos uma pessoa que foi vice-governador do Banco de Portugal e ministro das Finanças de José Sócrates a dizer isso só podemos concluir que as nossas elites são um bando de internacionalistas, vendilhões e corruptos.

Mas nem tudo está perdido, parece que o Presidente Lulla da Silva já se disponibilizou a ajudar a economia portuguesa. Já comprei a minha camisa da selecção (Brasileira) e vou já convidar os meus amigos para um churrasquinho de picanha e cerveja. Vou viver para Évora para poder trabalhar numa das fábricas de componentes de aviões que vão ser construídas nessa cidade pela Embraer.
Meus amigos, Protectorado Alemão ou colónia Brasileira, vocês escolham porque eu pessoalmente não tenho estômago para toda esta situação.

Salazar, volta que estás perdoado!

PS: se quiserem saber mais algumas opiniões deste senhor vejam a sua página na SEDES: http://www.sedes.pt/blog/?author=37

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Presos podem sair em liberdade após cumprir um quarto da pena

Novo Código de Execução de Penas entra em vigor na segunda, mas CDS apresenta esta sexta um projecto de lei para alteração do diploma

A partir de esta segunda-feira, dia 12 de Abril, qualquer recluso que tenha cumprido um quarto da pena pode ser libertado desde que faça um requerimento ao director-geral dos Serviços Prisionais e sem ficar sujeito a vigilância. Qualquer crime, qualquer medida de pena. Do assassino ao burlão. Do pedófilo ao assaltante. Quer seja 25 anos ou 25 meses.
A lei, sabe-se, é geral e abstracta, mas, quando aplicada ao caso concreto leva à conclusão que criminosos como o homicida de dois polícias em 2005, na Amadora, condenado a 25 anos de prisão, pode sair em liberdade já no início de 2011, cumpridos 6 anos de três meses apenas.
Em nada pesa o acórdão do tribunal da Boa-Hora que o condenou quando fundamenta a medida da pena dizendo que o arguido teve uma «conduta censurável e especialmente perversa», que «não teve um momento de arrependimento». O colectivo que não teve dúvidas em considerá-lo um «homicida frio e perverso». Marcus Fernandes matou os dois polícias, de 30 e 23 anos, 45 disparos contra quem apenas lhe tinha pedido os documentos.
O deputado do CDS, Nuno Magalhães, em declarações ao DN, afirma que «apesar de a lei não ser feita para casos concretos, este caso dá a exacta medida do erro trágico deste código». Por isso, os centristas avançam na sexta-feira 9, antes da entrada em vigor do código, com um projecto de lei para alteração do diploma. O CDS junta-se assim ao coro de vozes que contesta a nova lei. Sindicatos dos polícias e dos magistrados só querem que a história da vigência seja curta.
Para Paulo Rodrigues, do Sindicato da PSP, «a percepção é que o crime compensa», diz em declarações ao DN. No mesmo jornal, António Ventinhas, do Sindicato dos Magistrados, mostra-se indignado com o facto de uma decisão de um juiz ser ultrapassada pela decisão de um director-geral, figura administrativa e de nomeação política. «Para quê combater o crime se depois um qualquer director liberta os criminosos», afirma.
O diploma, que vem reformar a velha Lei de Execução de Penas com 30 anos, foi aprovado apenas com os votos do PS e, da primeira vez que foi a Belém, não passou no crivo de Cavaco Silva. Em Agosto, o Presidente da República pediu a fiscalização preventiva da constitucionalidade.
Em nota, a Presidência informava que o chefe de Estado entendia a possibilidade de «colocar em regime aberto ao exterior e sem vigilância directa» reclusos que cumpram determinados requisitos «é susceptível de criar riscos para as vítimas e justo receio de alarme social». Mas o Tribunal Constitucional pronunciou-se a favor da constitucionalidade da norma e Cavaco acabou por promulgar a norma em Setembro de 2009.



Podia descrever o meu nojo por mais uma medida para libertar criminosos feita por outrso criminosos que nos governam (ou que se governam), mas acho que vou deixar a cada um que reflita o tipo de sociedade que esta gang que nos governa nos está a deixar.

sábado, 3 de abril de 2010

Valença protesta com bandeiras espanholas nas janelas

Como todos devem ter visto nas notícias em Valença protestou-se contra o fecho do SAP recorrendo ao corte de estradas e à colocação de bandeiras espanholas nas janelas. É um gesto intolerável, já que um acto de uma profunda desfaçatez…ou será?! Na minha opinião as bandeiras espanholas em Valença é algo muito simples; quando o estado abandona as pessoas, elas iram manifestar a sua revolta. Entre hastear uma bandeira estrangeira e queimar a nacional, eu prefiro a primeira opção.

Acho que o culpado de toda esta situação está em Lisboa e não em Valença. O seu nome é Ana Jorge e é a actual Ministra da Saúde.

Acaba-se com as maternidades, acaba-se com as SAP, acaba-se com tudo e espera-se que as populações não se revoltem. Relembro que a antiga detentora desse cargo saiu depois de toda uma série de fechos de maternidades e SAP. Parece-me que a actual ministra conseguiu ficar lá todo este tempo graças ao facto de ter terminado (momentaneamente) com esses fechos feitos com régua e esquadro. Será que eles não pensam que para alguém que está a habitar longe dos grandes centros urbanos, sem meios de transporte, com vias de trânsito muitas vezes do século passado, a diferença entre a vida e a morte decide-se em segundos não em horas e são horas que se estão a falar.

É fácil falar que as alternativas ficam “apenas” a x quilómetros quando se está a viver em localidades com SAP, INEM, Bombeiros, etc; agora quando se está no interior é bem mais complicado.

Desprezo a forma como foi feita o protesto, mas entendo a mensagem.

sábado, 6 de março de 2010

Especulação financeira : o ataque ao Euro



The greek government has announced new austerity measures aimed at slashing its huge budget deficit. It comes a day after the Prime Minister said that the country was fighting for survival. The new measures which will reduce annual pay and increase taxes were ordered by the EU in an bid to prevent a collapse of the Euro. But street protests have been raging in Athens against the plans.
Meanwhile, the U.S. Justice Department is reported to have launched a probe into leading American hedge funds. They're suspected of helping Greece cover up its debts to weaken the European currency. Journalist Webster Tarpley believes that was a plot hatched to prop up the dollar's supremacy.


São estas as pessoas que estão a criar esta crise financeira mundial, são os famosos especuladores. Na minha opinião são meros piratas!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tragédia na Madeira: um desastre já anunciado há dois anos





Esta Reportagem foi para o ar no Biosfera em Abril de 2008.

Como podem ver, toda esta problemática que agora é para todos bastante evidente, já era colocada pelos nossos especialistas. Infelizmente em Portugal, o que interessa é construir, a vida humana e o respeito pelo meio ambiente fica relegado para segundo plano.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Não se passa nada...


Estava a navegar num fórum do qual eu sou frequentador assíduo, quando vi esta imagem que é usada como assinatura por um dos principais elementos. Sempre ouvi dizer que uma imagem vale por mil palavras, e neste caso é verdade!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Assimilação...


Li num artigo do Diário de Noticias que foi recusado a um Marroquino a naturalização pelo estado Francês. Parece que o mesmo, apesar de querer ser cidadão francês, queria viver como na terra de origem. Ou seja, queria viver em França, mas mantendo a mesma mentalidade, os mesmos costumes que em Marrocos.

Isso fez-me pensar nas pessoas que todos os anos se naturalizam em Portugal. No nosso país, o processo de naturalização é bastante fácil, se comparado com outros países europeus.

"AQUISIÇÃO POR EFEITO DA VONTADE


Podem adquirir a nacionalidade portuguesa:

Filhos menores, ou incapazes, de pai ou mãe que adquira a nacionalidade
portuguesa (art. 2.º L.N.) Em caso de casamento ou de união de facto,
judicialmente reconhecida, com um nacional português (art. 3.º da LN) O menor
estrangeiro adoptado plenamente por um cidadão português (art. 5.º da LN) Por
naturalização (art. 6.º da LN) Estrangeiro residente legal há 6 anos (n.º 1 do
art. 6.º da LN) Menor nascido em Portugal, caso aqui tenha concluído o 1.º ciclo
do ensino básico ou um dos progenitores aqui resida legalmente há 5 anos. (n.º 2
do art. 6.º da LN) Em caso de perda da nacionalidade portuguesa e desde que se
verifique que não foi adquirida outra nacionalidade. (n.º 3 do art. 6.º da LN)
Nascido no estrangeiro com um ascendente do 2.º grau que não tenha perdido a
nacionalidade portuguesa. (n.º 4 do art. 6.º da LN) Nascido em Portugal e que se
encontre ilegal desde que aqui tenha permanecido nos 10 anos imediatamente
anteriores ao pedido. (n.º 5 do art. 6.º da LN) Em casos especiais: (n.º 6 do
art. 6.º da LN) já foram detentores da nacionalidade portuguesa havidos como
descendentes de portugueses ou membros de comunidades de ascendência portuguesa
por prestação de serviços relevantes ao Estado Português ou à comunidade
nacional."




Ao contrário de Portugal, "a França usa um modelo de integração segundo o qual têm que ser os imigrantes a adaptar-se à sua língua, história, estilo de vida. E não o contrário."

Talvez eu seja retrógrado, mas quando eu entro na casa de outrem, não começo por impor a minha visão do mundo, não começo a dizer aos donos o que podem ou não fazer, isso seria no mínimo falta de educação. Ora estas pessoas fazem exactamente isso! É ridículo, mas o actual "politicamente correcto" está literalmente a castrar os povos europeus. Parece que actualmente o poder político está mais interessado em proteger os interesses de alguns, do que os direitos de todos.

O estado francês ao defender que as práticas como a poligamia ou a mutilação de órgãos genitais são exemplos de uma má assimilação, estão a mostrar ao resto da Europa, que os valores da Europa Ocidental são para ser respeitados e valorizados.

Estou-me a lembrar das manifestações de radicais islâmicos em Londres onde defendiam a “sharia” e aplaudiam atentados terroristas. Estou-me a lembrar de atentados à bomba em Londres, Madrid, Paris e tantos outros lugares. É este tipo de pessoa, que acham que estão bem assimilados?

Tenho que referir que estou a mencionar a problemática islâmica neste texto, mas na verdade é que poderia colocar em foco qualquer outra “minoria” em Portugal ou um pouco por toda a Europa. Minorias que não se querem integrar e que não assimilam os valores dos países para onde emigraram serão sempre foco de tensões.


Só tenho a dizer uma coisa, o Presidente Sarkozy e o seu governo está de parabéns por uma atitude digna, corajosa e que mostra o caminho para o que deve ser as boas práticas das leis de naturalização.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A falsa pandemia

À poucos dias vi na TV as declarações do presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Wolfgang Wodarg. Fiquei surpreso por ver um alto responsável da área da saúde a nível europeu ter coragem por dizer o que já há muito algumas pessoas diziam, mundo nunca esteve confrontado com uma pandemia.

Eu no princípio ainda acreditei nesta história, mas passado o impacto inicial reflecti sobre o que se estava a acontecer. Vejamos, temos um vírus (H1N1) que aparece do nada e também do nada aparece uma vacina. Todos sabemos que todos os medicamentos passam por toda uma série de ensaio clínicos para poder demonstrar a verdadeira capacidade curativa do mesmo, os efeitos secundários do mesmo e contra-indicações. Como qualquer pessoa pode ver por análise um pouco mais detalhada das notícias que iam surgindo, o tempo entre os primeiros anúncios desta uma nova variante da gripe e a produção da vacina foram feitas quase em simultâneo. Portanto acho que é seguro dizer que os ensaios clínicos foram feitos em tempo recorde, assim como também, o inicio da produção da vacina e respectiva introdução à venda ao público.

A procura foi instigada pela OMS, pelo governo Português, o Director geral de saúde, e outros mais, todos falaram que iam morrer milhares (em Portugal), que o país ia parar, enfim assustaram a população de uma forma atroz. Uma pergunta que se tem que colocar é, qual foi a razão para isso? O senhor Wolfand Wodarg acha que foi tudo uma autêntica fraude médica.

Só na União Europeia gastou-se 5 mil milhões de euros com as vacinas para a gripe A, se a isso somarmos as máscaras, luvas descartáveis, desinfectantes, e todos os outros produtos similares, estamos a falar de um número bem gordo. Alguém ganhou muito dinheiro com isto tudo, e não foi a população que pagou vacinas e esses produtos. A indústria farmacêutica com os seus negócios da china ganhou mais uma vez uma fortuna incalculável, os governos e a OMS, instituições que nos deviam estar a proteger em vez de o fazer parece que preferiram virar as costas para esta fraude e abraçar a histeria.

Quem é que vai se responsabilizar pelos vários mil milhões de euros gastos nisto? Quem se vai responsabilizar se as pessoas começarem a apresentar efeitos secundários?

Quem? Não sei! A OMS já se veio a descartar, o governo através da Ministra da Saúde também fez o mesmo e todos os que apoiaram a vacina iram um por um dar o dito pelo não dito.

Uma coisa está comprovada, não podemos confiar no governo nem nas instituições que nos deviam proteger. As pessoas devem ser sempre muito críticas e avaliar o que “eles” nos dizem. Esta situação não é nova e já a vimos antes (gripe aviaria, o Síndrome Respiratória Aguda Severa, etc).

Morreram em Portugal 97 pessoas com a Gripe A, todos os anos morrem muito mais pessoas com a gripe sazonal, em todo o mundo morreram até agora pouco mais do que 13 mil, é isto uma pandemia?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Casamento gay, referendável?



Como todos vimos na TV, o casamento homossexual foi aprovado, isso aconteceu depois de uma longa discussão se era ou não necessário um referendo à população.
Segundo o governo, a oposição de esquerda e os movimentos gays; esta questão é algo no campo dos princípios e como tal não é referendável. Achei este argumento deveras interessante, já que foi essa mesma esquerda que ao ser derrotada uma vez na questão da despenalização do aborto, voltou à carga e só descansou quando foi finalmente aprovado essa mesma despenalização. É esta mesma esquerda que agora está a aproveitar para levantar de novo a questão da regionalização. É engraçado como estas pessoas, que se dizem defensoras da democracia, são as que mais abusam, deturpam e atacam este sistema político. Sendo eu de direita, estou habituado a que me apelidem de coisas que na verdade não sou. No entanto, estas pessoas que de auto-intitulem de pais da democracia, democratas, socialistas, defensores do proletariado, etc; são os mesmos que nacionalizam (ou querem nacionalizar), usam a sua posição política para garantir um bom tacho à saída do governo (ex: vejam onde estão qualquer ex-ministro ou secretário de estado do anterior governo), reduzem a independência dos nossos “Media” (ex: o que se passou com o Jornal Nacional), pressionam a justiça e quando não conseguem atacam as instituições incómodas (ex: o orçamento para a PJ logo depois do escândalo da Casa Pia), etc.
A própria lei que foi aprovada na Assembleia da República, é segundo algumas pessoas, inconstitucional. Sendo assim, é algo que deve ser vetado pelo nosso ausente e discreto Presidente da República.
Vendo este autêntico currículo, digo em boa consciência de que ainda bem que não sou nenhuma das coisas acima referidas, é que para mentiroso já basta os que já lá estão. Prefiro dizer a verdade, gosto de liberdade, justiça e igualdade de oportunidades para todos os Portugueses. Onde está liberdade se estas pessoas nem aceitam um referendo e repetem-no até conseguirem o que querem?
Onde está a justiça se estas pessoas pressionam Magistrados e Juízes, falcatruam e pactuam com todo o tipo de ilegalidades.
Onde está a igualdade de oportunidades para todos os Portugueses, quando este governo é exemplo claro de compadrio e cunhas.
Vejam o caso do nosso caro senhor Sócrates (recuso-me a chama-lo de Engenheiro), veio do nada, subiu através da politica e arranjou negociatas para toda a família. É uma autêntica “Cosa Nostra”, onde o importante é ganhar dinheiro. O mesmo se passa em relação ao Armando Vara, de mero caixa na CGD, passou graças à política, ao concelho de administração dessa mesma instituição.
Se eu fosse outra pessoa também filiava-me, garantia um bom tacho e não tinha metade das chatices. Mas os meus pais tiveram a péssima ideia de me criar segundo um conjunto de valores éticos e morais. Talvez se aparece-se um partido politico que defende-se algo de semelhante ao que eu defendo, mas entre o centrão cinzentão (PS/PSD), o neoliberal PP, onde está uma alternativa?
A política em Portugal está muito parecida aos tempos do rotativismo político do século XIX e todos sabemos como tudo acabou...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Jesus, facto ou ficção?

À pouco tempo estava eu a falar com um grande amigo acerca de um vídeo que ele mandou-me via internet. Eu estou a falar um filme do “The Zeitgeist Movement”, onde se falava nas semelhanças entre Jesus Cristo e toda uma série de divindades do mundo antigo. A conversa foi se desenvolvendo até que ele colocou a seguinte questão:

Jesus Cristo existiu ou não?

Para mim ele existiu, é uma personagem incontornável, ao ter criado uma fé das mais seguidas no mundo.

A outra questão que se coloca se uma pessoa acredita nas informações do vídeo é se as características que actualmente damos a Jesus Cristo são as verdadeiras (idade, dia de nascimento, etc.)?

Na minha opinião, não! A Igreja Católica Apostólica Romana, como qualquer religião vai evoluindo e adaptando-se de forma a captar novos crentes. Se não fosse assim, nós (cristãos) teríamos que fazer a circuncisão tal como os Judeus, não poderíamos comer certas e determinadas coisas e não poderíamos juntar toda uma série de comidas. A actual data em que celebramos o nascimento de Cristo foi "criada" pela Igreja para que as pessoas que eram pagãs e se convertessem, pudessem continuar a celebrar uma importante celebração no mundo pagão, o solstício de inverno. Uma coisa que é indesmentível, é que na religião como tudo na vida, nada se perde tudo se transforma. O que aprendemos na Igreja e que nos foi incutido desde pequenos como sendo verdades absolutas, na verdade são o resultado de várias reformas dentro da própria Igreja e de tentativas de unificação dentro da própria fé Cristã. Até ao concílio de Nicéia havia toda uma série de seitas sem grande união e que tinham formas diferentes de ver Fé Cristã. O que saiu de lá foi a consolidação da Fé Cristã ao promover o seu fundador como filho de Deus, e toda uma série de coisas que actualmente se crê essenciais para a fé. Na verdade houve os que aceitaram (Católicos, Ortodoxos, etc.), e os que não aceitaram. Não se esqueçam, as Cruzadas não foram só contra o mundo Islâmico e muito menos na Palestina, houve também na Europa contra outros movimentos Cristãos.

Será que a religião importante no mundo actual?

Eu acho que é especialmente importante hoje em dia a religião, especialmente actualmente. Nunca o homem foi tão arrogante, nunca o homem se teve tanto em conta e nunca o homem foi capaz de fazer tanto mal a si próprio e aos outros. Já Napoleão (pessoa que duvido que acredita-se sequer na existência de Deus) dizia:

- "Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."

A verdade é que assistimos a um deturpar da Sociedade Ocidental/Cristã porque as pessoas perderam a fé, perderam o rumo e actualmente uma pessoa pode mentir, roubar, drogar-se, fazer abortos e não se passa nada. Onde está o civismo, onde está a união entre os homens, onde está o sacrifício em prole de algo maior que nós próprios?

Eu pessoalmente não preciso da religião, tenho os meus valores e é por eles que eu me rejo. Eu não sou defensor da Igreja nem de nenhuma religião, sou defensor isso sim, de que para a sociedade funcionar correctamente é preciso ter um sistema de valores, algo para que as pessoas se guiem. As pessoas infelizmente, comportam-se como carneiros, seres que se limitam a viver a vida sem nunca questionar o porquê das coisas. Querem comprar o Audi A-3 2.0 TDI, porque todos dizem ser uma bomba, querem ir de férias ao Brasil, ter uma mansão, e é isso a sua vida, viver para as coisas sem pensar primeiro que tipo de vida têm, que tipo de sociedade vivem, que futuro os espera.
Link do video em questão: